Ana Paula Valadão e o “leão”

Publicado em: 10 de agosto de 2007 Por: Rev. Ageu Magalhães

Ana Paula Valadão Bessa é pastora da Igreja Batista da Lagoinha e líder do Ministério “Diante do Trono”, de onde a maioria das igrejas evangélicas “importam” seus cânticos. Nesse vídeo ela imita um leão, possivelmente uma alusão a Jesus Cristo, descrito na Bíblia, poeticamente, como o Leão de Judá.

Como é comum nos chamados shows de música gospel, o clima é de êxtase. Em um dos blogs do ministério Diante do Trono, Ana Paula relata o que aconteceu:

“Saímos para a ministração às 16h. Me vesti de acordo com o que o Espírito colocou em meu coração. Um vestido de veludo azul que comprei há mais de 10 anos no Seminário em Dallas. Um cinto preto largo com “cara” de autoridade. Botas pretas, assim como na última viagem em Florianópolis, com essa mesma mensagem de força, poder, autoridade, e conforto necessário para pular e pisar com força, profeticamente, na cabeça do diabo. Meu cabelo, cacheado, restaurado como no princípio. Meus brincos comprados em Israel, e o anel com a pedra ametista que ganhei quando eu nasci. Olhei para mim mesma no espelho e vi uma guerreira. Tivemos um tempo de oração precioso no camarim atrás do palco. Foi interessante o peso espiritual que queria vir sobre nós. Todos se levantaram e resistiram. E foi contagiante a alegria que nos encheu. Senti como se em meu corpo minhas forças estivessem sendo sugadas, sem forças para respirar fundo, muito menos cantar. Mas no meu coração havia confiança de que tudo iria se romper (…) Quando a Helena ministrou “Lugares altos” trouxe uma palavra sobre Joás e Eliseu, e o episódio da “Flecha da vitória do Senhor”. Mal podia imaginar que o Senhor estava ministrando a intensidade e a fé no ato profético, que eu iria precisar mais à frente. Houve um momento em que fez um “clique”. Uma mudança na atmosfera. Depois da música “Manancial” comecei a receber palavras proféticas em meu coração para liberar sobre as cidades de Goiás ali representadas. Foi muito forte. A música acompanhou. (…) Recebi a direção de palmas. A multidão ia junto comigo, quando de repente a Zê chegou perto de mim e disse que estava vendo o Leão, com os pés em fogo, ali no palco. O poder de Deus era palpável, e as palavras proféticas continuaram. Um cântico espontâneo sobre o Cordeiro e o Leão marcou para sempre a minha vida. E a unção de autoridade foi ministrada sobre nós, sobre a Igreja de Anápolis. De um estado de fraqueza, passamos à força. De intimidação à ousadia. Ao mesmo tempo em que nos levou a um refrigério e descanso que como ovelhas do Sumo Pastor podemos experimentar. De repente, começamos a celebrar, mas foi diferente. Eu saltava e parecia que estava em um trampolim, uma cama elástica. Se antes pulava para romper, agora eu me sentia voando, pulando muito alto, minhas pernas esticadas iam alto, ao menos essa era a sensação, mas depois outras pessoas confirmaram. O vento nos meus cabelos e a sensação era de pulos muito altos. Eu sabia que algo diferente estava acontecendo. Quando pulei uma última vez, senti que era para me assentar. Não sabia se teria forças para me levantar outra vez. Foi quando senti o impulso, me agachei e comecei a andar como o Leão. Pensamentos vieram à minha mente. Eu disse ao Senhor: “É… agora a minha reputação acabou. Agora vou ver quem vai ficar comigo”. Mas prossegui, consciente do que estava acontecendo, e senti a direção até mesmo de onde eu deveria ir. Quando parei, não sabia como ou que fazer ao me levantar. Ainda no chão, me ergui de meio corpo e gritei: “Um brado de vitória ao Senhor”, (sem saber se alguém responderia), e o som foi poderoso. A música terminou grandiosamente. Era o Leão da Tribo de Judá.”
http://riodiantedotrono.wordpress.com/2007/06/20/

Abaixo, segue a bela avaliação feita por Caio Fábio.

“O Leão, a pastora e o guarda-roupa

Tenho apenas algumas observações a fazer sobre o que essa moçada chama de espiritualidade.

Vi o vídeo e outros do gênero, inclusive o outro que se diz ser o originador do show de Anápolis: uma espécie de plágio de transe.

Assim, pergunto:

1.. Você pode imaginar Jesus dizendo – “Naquele Dia vesti minha túnica sem costura, pus as sandálias que o centurião romano me deu, tomei de uma pequena vara que me foi doada pela Siro-Fenícia, olhei meu rosto contra o reflexo do Poço de Siloé, e disse: ‘Você é o Filho de Deus! ‘”? Ou pode você ver qualquer pessoa séria do Evangelho, ou nas narrativas bíblias, sentirem as coisas assim? Ou o que diria Pedro à cantora? Sim! Ele que disse que o que deve ornar as mulheres é um coração manso e moderado? Mas para essa moçada do “Bom Dia Espírito Santo” (discípulos de tudo o que fez mal à fé e àquilo que um dia foi igreja), o Espírito Santo se tornou o Costureiro, o Design de Moda, o camareiro da cantora.

2.. Você pode imaginar qualquer dos apóstolos dizendo que começou a pular e a levantar as pernas, numa sensação alucinantemente gostosa, no meio de uma Praça de Roma ou Éfeso, apenas porque teve um click? Esse entusiasmo não vem do Espírito, mas de outras fontes. Vem até da fuga.

3.. Você pode imaginar alguém de confiança no Evangelho dizer que, de repente, no areópago, após ter um click que o fizera dançar como uma das sacerdotisas de Afrodite fazia, em transe ante o público; e, após um tempo, ter ouvido de um discípulo que disse estar vendo o Leão, com fogo ao redor; e que, em razão disso, a pessoa pulante viesse a se jogar no chão, totalmente consciente de si (fazendo do transe anterior uma farsa); e, após isso, começar a andar como uma leoa, de quatro, com um Sure bem fálico na mão, indo de um lado para o outro; enquanto pensava: “É. agora a minha reputação acabou. Agora vou ver quem vai ficar comigo”? Sim! Porque houve transe para tudo: para andar de quatro; para virar Leão porque alguém disse; e porque outros igualmente do ramo já fizeram a mesma coisa. E mais: houve tempo no transe para se preocupar com a própria “reputação”. E ainda: houve transe para (no transe no qual ela se preocupa com sua
própria reputação) receber direção de palco do próprio Leão, etc. Só não houve transe em dois momentos: quando ela teme pela reputação; e quando ao terminar o show do Leão, a moça disse que não sabia como levantar e nem o que dizer. Então, na dúvida, assim procedeu: “Quando parei, não sabia como ou que fazer ao me levantar. Ainda no chão, me ergui de meio corpo e gritei: “Um brado de vitória ao Senhor”, (sem saber se alguém responderia) , e o som foi poderoso.” Portanto, a imagem pública tem tudo a ver com tais transes, para o bem e para o mal. Assim, que transe é esse? Ou não está o espírito dos profetas sujeito aos próprios profetas? Acontece que esses profetas são pró-festas; e pronto.

4.. Você pode imaginar que nos ensaios deste grupo eles recebam o Leão, sem Sure na mão, sem luzes e palco, sem show e público? Sim! Porque se eles assim fizerem sozinhos; ou, melhor ainda: sem ninguém, no quarto ou em casa – mesmos achando tudo uma grande maluquice, e mesmo sabendo que tais coisas são manifestações da alma sem raiz no espírito do Evangelho, porém possessa de vaidades que decorrem das síndromes de lúcifer que acometem “estrelas” (soberba psicológica, sutil e progressiva) , ainda assim eu respeitaria como engano e infantilidade sinceros. Mas no palco, com os aparatos dos shows, em suposto transe que não suspende a preocupação com a imagem nem na hora de receber o Leão – fica difícil sequer apenas olhar o lado da loucura psicológica e apenas para o surto de messianismo narcisista, pois, as implicações sobre milhares de alminhas tolas, são fortes e danosas.

Lamento muito!

Por que começam no Espírito e terminam sempre no espírito Costureiro, ou Banqueiro, ou Interesseiro?

Por que não podem amar a sobriedade e apenas buscarem ser o que Jesus ensinou?

Por que será que sem loucura eles não conseguem crer no poder de Deus?

A palavra que conhecem é a de seus corações e não a que é Sobre seus corações; pois, caso tivessem a palavra na Palavra e não em seus impulsos sem a Palavra, jamais fariam loucuras desse tipo em nome do Leão da Tribo de Judá.

Ninguém deixe de vigiar a fim de não brincar com fogo estranho!

Sim! É preciso ter cuidado com o fogo estranho. É preciso lembrar sempre dos filhos do sacerdote Arão.

Isso é o que tenho a dizer como coisa que julgo séria e importante.

Nele, que é o Leão de Judá, mas nunca andou de quatro e nunca rugiu para mostrar que era,

Caio

27/06/07

Lago Norte

Brasília ”

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Anonymous
Anonymous
17 anos atrás

Sugiro, a queme stiver interessado, assistir o vídeo disponibilizado pelo Google, entitulado “Afogando-se na Lagoinha”

Anonymous
Anonymous
16 anos atrás

Nem merece comentário…
O Pr. Caio Fábio precisa é de oração.

Pedro
Pedro
16 anos atrás

Conheço somente um “leão”, o Leão da tribo de Judá. Ana Paula tem um ministério fantástico, mas as heresias no Diante do Trono já entraram no grupo desde o primeiro lançamento de CD; ou seja o ministério começou a carreira com coisas indevidas e de afronta a Deus. Deus não deve ser adorado com “criatividade”, mas sim com temor e tremor e mais com reverência. A própia Bíblia fala, mais ou menos: cuidado quando falares comigo, pois não sou como um de vós.Abraços.

Ricardo Araujo
Ricardo Araujo
16 anos atrás

O que vejo é um líder que não soube vigiar, e não sabe descer do salto.
Prezado Caio Fábio, tens fama de que era um excelente pregador, mas não vigiou e escorregou feio.
Não estou criticando porque somos todos passíveis de erros como o dele: ADULTÉRIO. Mas é muito feio alguém que caiu e quer ficar criticando o ministério frutífero de alguém.
VAI DAR FRUTO PRIMEIRO PRA DEPOIS FALAR DOS QUE SÃO SEUS IRMÃOS EM CRISTO, QUE VOCÊ DEVERIA APOIAR E NÃO CRITICAR.
Vê se pode…

Rev. Ageu Magalhães
Rev. Ageu Magalhães
16 anos atrás

Ricardo, de fato, ele caiu. Mas não é por isso que o que ele fala de verdadeiro não mereça crédito. Aliás, quem pensa estar em pé, veja que não caia… Abraço.

Anonymous
Anonymous
16 anos atrás

Ricardo, você deve não ter conhecido Caio Fábio, por isso fala o que fala. Davi caiu, Salomão caiu e tantos outros cairam e nem por isso deixam de ter seu crédito. Caio fala do que conhece. Não quero fazer aqui apologia a ele, mas ele, hoje tem a experiência que Davi teve após cair com Bate-Seba. Deixe ele falar pois tem muito o que dizer.

eduardo medeiros
eduardo medeiros
15 anos atrás

essas maluquices do meio evangélico só me fazem ter certeza de algo que já penso ha algum tempo: o cristianismo originário acabou!

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