Campos de Concentração no Brasil

Publicado em: 17 de março de 2021 Por: Rev. Ageu Magalhães

Você sabia que, antes da Alemanha nazista, o Brasil teve os seus campos de concentração? Na grande seca que assolou o nordeste brasileiro em 1915, alguns campos de concentração foram criados no Ceará, próximos à capital Fortaleza, com o objetivo de impedir o povo pobre que, fugindo da seca, tentava chegar à capital. Raquel de Queiroz escreveu sobre esta seca no livro “O Quinze” e mencionou os campos de concentração. As pessoas eram vestidas com sacos de farinha, tinham seus cabelos raspados e viviam em condições precárias, amontoadas em casarões. Muitos morriam de fome, de sede e de doenças. Na grande seca de 1932, mais sete campos de concentração foram espalhados pelo estado, nas rotas de chegada à capital, impedindo assim o acesso das pessoas à cidade. Nota-se que a solução dada pelos governantes da época foi péssima, desumana.

Se retrocedermos 400 anos na história, vamos encontrar uma situação social parecida na cidade de Genebra, na Suíça. Entre 1550 e 1560 a população da cidade saltou de 13.100 para 21.400 habitantes por causa do enorme contingente de refugiados vindos de países da Europa, fugindo da perseguição católico-romana. Essa multidão de famílias chegava e não havia trabalho e nem estrutura para eles. Na época, Deus usou um pastor chamado João Calvino para criar condições de abrigo e trabalho a estas famílias. Calvino instituiu, em 1541, o Diaconato para o cuidado dos pobres e dos doentes. Os recursos vinham de doações do próprio povo, suplementadas pelo estado. Houve esforços em empregar os refugiados. Aqueles que não achavam emprego em sua profissão iam trabalhar provisoriamente na construção das fortificações da cidade. Em 29 de dezembro de 1545 Calvino interveio junto ao Pequeno Conselho para que fosse desenvolvida a indústria de tecelagem a fim de gerar empregos aos refugiados. Não houve campo de concentração em Genebra. O problema foi solucionado com caridade e compaixão.
Vez por outra a humanidade dá mostras de sua degeneração. O limite da maldade sobe a níveis perturbadores. Foi assim nos dias anteriores ao dilúvio, nas cidades de Sodoma e Gomorra e, mais recentemente, nos genocídios da Armênia, União Soviética, Alemanha, entre outros. Os campos de concentração no Nordeste do Brasil também revelaram esta maldade. Por outro lado, sempre que os princípios do Evangelho são aplicados nas calamidades sociais, o resultado é a preservação das vidas. Nas pestes que assolaram a Europa, por exemplo, os cristãos foram aqueles que cuidaram dos doentes e ajudaram os necessitados.
Em tempos de pandemia, como o que estamos vivendo, os cristãos têm a oportunidade de consolar os que choram, cuidar dos que estão acamados, ajudar financeiramente os que estão sem trabalho e anunciar que a verdadeira salvação está em Jesus Cristo, a nossa esperança. Os cristãos sempre fizeram a diferença em calamidades sociais. Não abandonemos este legado. Que Deus nos abençoe.
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pepepjr
pepepjr
3 anos atrás

Sensacional, muito obrigado. Uma ação pratica, partindo da Escritura!

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