Devemos celebrar a “ceia online”? Ageu Magalhães

Publicado em: 8 de abril de 2020 Por: Rev. Ageu Magalhães
Acabo de ler um artigo (aqui) de Kathy Smith , professora adjunta de política da igreja no Calvin Theological Seminary, com o título “Política da Igreja e Sacramentos Online na Igreja Reformada Cristã”. A autora defende a prática da ceia online, basicamente, com 3 argumentos: 1º Os cultos online são uma realidade entre nós agora, 2º Ceias são servidas nas casas de irmãos impossibilitados de ir à igreja e, 3º Na Segunda Guerra Mundial batismos era realizados pelos pastores nas casas das pessoas.
 
O texto de Kathy Smith carece de base bíblica e teológica. Nenhum texto bíblico foi citado. Sobre os 3 argumentos, vamos analisá-los:
 
1º Ceia online em um culto online. Culto é a reunião do povo de Deus para adorá-lo ativamente (Lv 23.3, At 20.7). As palavras bíblicas para adoração implicam serviço, atividade. Diferente da missa católica, em que o fiel assiste o padre fazer um rito, no culto bíblico o fiel participa do culto com atos de adoração. Cultuar é participar, não apenas assistir. Parar na frente de uma tela e assistir um pastor pregando não é culto. As igrejas devem criar meios de os crentes participarem do culto, seja por meio de vídeo conferências, roteiros de cultos familiares ou outra forma em que o crente não apenas assista, mas participe.
 
2º Ceias para impossibilitados de ir à igreja. De fato, isso tem sido feito há séculos. O entendimento bíblico é que, quando o povo de Deus está reunido, ali está a igreja. Assim, pastores costumam levar alguns crentes à casa de irmãos que não podem ir à igreja e, dentro de um culto, ministrar a Ceia. Todavia, perceba que a igreja está reunida em culto para ministração do sacramento.
 
3º Batismos nas casas. Totalmente possível. Desde que um pastor vá até a casa da pessoa, o batismo pode ser realizado. Na Igreja Primitiva os cultos aconteciam nas casas (Rm 16.23; 1Co 16.19; Cl 4.15; Fm 2). Se a autora tivesse defendido que as ceias ocorram nas casas, em culto, não haveria falha na sua lógica. Para o argumento dela ter validade, ela deveria ter apresentado um exemplo bíblico de batismo à distância, o que não existe.
 
Decisões nesta época de pandemia são complicadas. Há forte pressão sobre os pastores e presbíteros e as decisões são muito difíceis. No tocante à Ceia do Senhor, o melhor a fazer é aguardarmos o retorno ao Culto Público. Naquele dia, em alegre celebração por estarmos todos juntos, perceberemos com mais força o privilégio de reunidos, em comunhão presencial, em torno da mesa do Senhor novamente. Ansiemos por este dia.
 
– Kathy Smith é pastora da Christian Reformed Church in North America.
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