Quando a tolerância é intolerante…
Publicado em: 17 de novembro de 2010 Por: Rev. Ageu Magalhães
Ontem vários sites de notícias publicaram notas acusando a Universidade Presbiteriana Mackenzie de homofobia (
UOL,
Terra,
Estadão,
Yahoo).
Tudo começou quando, na semana passada, ativistas homossexuais encontraram na página da chancelaria do Mackenzie o posicionamento oficial da Igreja Presbiteriana do Brasil sobre a prática do Aborto em nosso país e sobre a tentativa de criminalização da homofobia. O manifesto da IPB está disponível
aqui.
Vendo a repercussão da mídia, a assessoria de imprensa do Mackenzie publicou a seguinte nota:
“O Mackenzie se posiciona contra qualquer tipo de violência e discriminação feitas ao ser humano, como também se posiciona contra qualquer tentativa de se tolher a liberdade de consciência e de expressão garantidas pela Constituição.”
A repercussão continua e as notícias agora dão conta de grupos homossexuais se organizando para fazerem uma passeata na próxima semana dentro do Mackenzie. Sobre tudo isto eu gostaria de levantar alguns pontos:
1. Sou aluno do Mackenzie e nunca vi qualquer restrição ou discriminação contra alunos homossexuais.
2. A tolerância não pode ser uma via de mão única. Os homossexuais (quem têm como bandeira a tolerância) deveriam exercitar a tolerância respeitando opiniões diferentes das deles.
3. A liberdade de expressão é um direito humano fundamental consagrado e garantido pela Constituição Federal do Brasil: Art. 5º, IV – é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato. VI – é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias. IX – é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença.
4. A Universidade Presbiteriana Mackenzie tem como Mantenedora a Igreja Presbiteriana do Brasil, igreja cristã, evangélica, de tradição reformada, presente no Brasil desde 1859 e no mundo desde 1560.
5. A Igreja Presbiteriana do Brasil tem como regra de fé e prática a Bíblia, e é a própria Bíblia quem aponta a prática homossexual como pecado: “Com homem não te deitarás, como se fosse mulher; é abominação” (Levítico 18.22) e “Por causa disso, os entregou Deus a paixões infames; porque até as mulheres mudaram o modo natural de suas relações íntimas por outro, contrário à natureza; semelhantemente, os homens também, deixando o contacto natural da mulher, se inflamaram mutuamente em sua sensualidade, cometendo torpeza, homens com homens, e recebendo, em si mesmos, a merecida punição do seu erro.” (Romanos 1.26,27).
6. O termo “homofobia” tem sido definido como “ódio ou medo de homossexuais”. Se esta definição está correta nenhum cristão verdadeiro pode ser considerado homofóbico. A Bíblia nos ensina a amar ao nosso próximo como a nós mesmos e nossas igrejas não fecham as portas para os homossexuais. Desta forma, é injusto colocar aqueles que, por motivos religiosos, não concordam com a prática homossexual no mesmo patamar de grupos violentos que saem à procura de homossexuais para atentarem contra suas vidas.
7. Se, por causa desta divergência de opinião, os ativistas homossexuais pretendem processar o Mackenzie devem se preparar para processar também a IPB, as igrejas evangélicas de todo o país, a Igreja Católica Apostólica Romana, a Congregação Judaica do Brasil, a Federação Islâmica Brasileira e, em última instância, a própria Bíblia.
8. Há décadas os evangélicos são alvo de piadas, ridicularizações e comentários maldosos. Onde estão nossos defensores? Os evangélicos já processaram alguém por causa disto?
Termino citando Gene Edward Veith, Jr:
“O pós-modernismo enfatiza a tolerância, o pluralismo e o multiculturalismo, mas quando exclui todas as crenças, torna todas as culturas triviais e não tolera nenhuma…” (Tempos Pós-Modernos, pág. 79).
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Olá pastor,
excelente este texto. Fiquei mesmo muito feliz.
Tbém soualuno do Mackenzie (e do JMC) e fiquei realmente muito preocupado com as manifestações que tenho ouvido. Temos orado pelo Rev. Nicodemus.Vou divulgar entre os grupos cristãos que participo.
Obrigado.
Excelente texto.
Temos que apoiar o Rev. Augustus Nicodemus de forma incondicional.
Hamilton
Rev Ageu,
Excelentes ponderações, percebemos claramente que o uso da tolerância não vem em via dupla, fica facíl desta forma execrar a liberdade de opinão. Em oração pelo Rev Augustus e Mackenzie…
Que Deus o abençoe.
Abs
Valdnei
Concordo inteiramente com o texto.
O sensacionalismo da mídia e daqueles que sequer conhecem a instituição, sua história e seu funcionamento fizeram pensar que nela haveria restrição, até mesmo perseguição contra homossexuais, o que de maneira alguma é verdade.
Quem vive o dia-a-dia do Mackenzie conhece a liberdade, acadêmica inclusive, que nós alunos temos dentro do campus.
Um absurdo é se utilizar de um texto da IPB – que adota a postura correta como igreja cristã protestante – cujo ponto de vista já é há muito tempo conhecido, para, do nada, inflamar que o Mackenzie "quer o direito de ser homofóbico".
O que houve foi a colocação no site do Mackenzie dessa posição, que, aliás, com o texto mesmo informa, é compartilhada com a maioria das igrejas evangélicas, da Igreja Católica e de entidades representativas de outras religiões. Posso dizer que "me surpreendi com a supresa deles", o que demonstra que, na verdade, eles não estão informados a esse respeito.
Rev. Ageu,
Seu posicionamento é justo com a Escritura Sagrada e com a democracia. Crime é tratar com desigualdade quem quer que seja e isso o Mackenzie não faz.
Mas imune a críticas nem o governo é, nem a Igreja Presbiteriana do Brasil, nem a Universidade Mackenzie. Iríamos fazer passeata na frente de uma instituição que se posicione contra nossa fé? Eles não têm o direito?
Que Deus abençoe e proteja aqueles que têm assumido uma postura a favor da Escritura.
abraços
Rev. Ricardo Toniolo
Excelente texto!
Sou servo de Deus, em primeiro lugar e Mackenzista e creio que o maior problema está na falta de atenção aos destinatários dessa lei, que não foi feita com o fim de privar igrejas de suas mensagens sobre a Palavra de Deus, e sim de proteger seres humanos [pecadores homossexuais, sim] de ataques de grupos intolerantes. Não toleramos o pecado, toleramos o pecador e cremos na restauração de Deus para a vida dele.
Excelente e muito claro, simples e objetivo pastor;
vou divulgar;
Oi Ageu.
Parabéns pelo arrazoado. Obrigado pelo apoio.
Confesso que ontem, no "calor das emoções", não consegui formar uma opinião genuína a cerca do fato. Hoje, mais precisamente, agora, após a leitura do texto publicado pelo senhor, é que consegui formular uma resposta – sim, pq todos que sabem que sou mackenzista e presbiteriana, têm me pedido "explicações"…. – justa, digna e alinhada com o que acredito.
Obrigada, pastor!
Abraços!
Raquel Magalhães
Antes de tudo, deixo claro que sou presbiteriano. Nem por isso assino embaixo do que foi divulgado pelo Mackenzie.
Em relação às escrituras, não contrario o que foi escrito pelo Nicodemus. Entretanto, não concordo com a publicação da carta, ao menos no momento atual: agressão a homossexuais na Avenida Paulista, manifestações anti-homofóbicas em diversos órgãos de mídia, e assim por diante. A carta, nesse momento, só serviu para criar indignação e raiva entre os manifestantes.
A reação dos evangélicos em geral quando o assunto é sobre os homossexuais não é apenas de repúdio: alguns vão mais além disso, e aí tais irmãos demonstram o quanto são preconceituosos.
Acredito que tenhamos, sim, que expressar nossas ideias e nossa religião. Mas temos de rever muitos de nossos conceitos antes disso.
Caro Rodrigo. Em primeiro lugar, obrigado pela visita. A carta que gerou a polêmica não foi publicada nestes dias. Ela estava no site da chancelaria há anos. Só que alguém a descobriu só agora, nestes dias. Percebeu? Abraço, Ageu.
Rev.
Excelente texto, claro, direto e acima de tudo Bíblico!
Concordo em tudo com seu texto.
Oremos pelo Rev Nicodemus.
Abs.
Eduardo
Ageu,
Usarei seu texto no meu blog pessoal.
Lucidez e clareza.
Obrigado.
Não precisamos brigar. Nem nós nem eles. Li isso:
A oposição cristã ao aborto e às leis anti-homofobia tem algo em comum: o amor desinteressado. No primeiro caso, queremos salvar os filhos de outras pessoas. No segundo, queremos garantir que os homossexuais possam livremente ouvir o Evangelho. Quem dera todos entendessem isso e parassem de ver ódio onde há amor.(Norma Braga.
Não conheço a autora pessoalmente, mas vejo um comentário feliz. Quando poderemos nos expressar. Ontem postei algo na net, mas vejo que ninguém quer a paz; sobre o fato de sermos os primeiros a dar as mãos a toda galera que precisa de ajuda e de mudança. Problema que vejo: ninguém mais quer mudar de vida e para isso criam monstros chamados homofobia e outros nomes. lamentável o que estão lançando de pedras sobre nossa igreja. Lamento e coloco minha voz e palavra de apoio à instituição e aos pastores.
Carlos Eduardo, pastor presbiteriano e designer gráfico.
Pastor,
Fantástica a sua abordagem sobre o assunto. Precisamos orar pelas misericóridas de Deus.
Abs, Tarcísio