Pode um menor de idade ser disciplinado eclesiasticamente?
Publicado em: 24 de março de 2022 Por: Rev. Ageu Magalhães
Em uma floresta tropical vivia um grande grupo de tigres, com farta e abundante alimentação provinda de cervos e búfalos que também habitavam ali.
Em uma trágica noite, uma enorme tempestade desabou sobre a floresta, com raios derrubando grandes árvores que interromperam os caminhos, fazendo com que o grupo de tigres fosse dividido. Uma parte dos tigres ficou na área maior da floresta, em que também ficaram os cervos e os búfalos. A outra parte ficou isolada em uma parte menor da floresta, quase sem alimentação. Só restaram a este grupo aves e pequenos roedores.
Os dias se passaram e a vida continuou normal para o primeiro grupo de tigres. Os cervos e os búfalos eram a sua alimentação. Todavia para o outro grupo de tigres, veio a fome. Os roedores não eram suficientes para saciar o apetite e as aves passaram a evitar aquele lado da floresta. Os tigres começaram a ficar fracos e doentes.
Em um povoado próximo dali o líder da comunidade tomou conhecimento da situação e convocou uma reunião no centro do povoado, na Suprema Cabana, para encontrarem uma solução ao problema.
Um dos anciãos, dos mais experientes, sugeriu: “Vamos todos à floresta para remover as árvores que caíram. Em uma semana de trabalho duro nós conseguiremos restaurar os caminhos.”
A sugestão não agradou muito aos jovens do grupo. Um deles tomou a palavra e disse: “A ideia do ancião parece boa, mas é muito tempo para ficarmos fora do nosso povoado. Isso vai dar muito trabalho. Eu tenho uma ideia melhor, que resolverá o problema de maneira bem mais rápida. Vamos reeducar a alimentação dos tigres. Vamos até o lado dos tigres bons, matemos todos os cervos e os búfalos, e tragamos a carne para cá. Restarão aos tigres os pequenos roedores. Assim, igualaremos a alimentação de todos os tigres e eles se adaptarão aos novos tempos. Podemos chamar isso de Educação Alimentar Diferenciada.
A ideia agradou a maioria do grupo, exceto aos anciãos, que duvidaram que a ideia desse certo e já previam o que aconteceria.
No dia seguinte, os homens foram à floresta e fizeram conforme o combinado. Mataram a fonte de alimentação dos tigres e trouxeram as carnes ao povoado. Os tigres agora se alimentariam apenas de pequenos roedores, como todos os demais. Era só uma questão de tempo para se adaptarem.
Duas semanas se passaram e os tigres começaram a adoecer e morrer. Os roedores não eram suficientes para saciar a fome deles. Eles não se adaptaram à nova alimentação.
Moral da história: Inovação nem sempre é solução para o problema. Na maioria das vezes o caminho antigo, o que requer mais trabalho e mais dedicação, é a solução efetiva para o problema.
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Escrevi esta parábola por causa do debate que está acontecendo na Igreja Presbiteriana do Brasil: Há concílios que não estão enviando seus futuros pastores aos Seminários oficiais da Igreja, para que tenham ali uma formação específica sobre nossa história e doutrinas. A solução sugerida por alguns é transformar todos os Seminários oficiais da IPB em Ensino à Distância (EAD)…
Ps. Para quem não pretende ser pastor, ou quer ser pastor, mas mora em um país em que não há seminários confiáveis, há excelentes opções de cursos EAD como bons instrumentos de obtenção de conteúdo reformado: FITRef, Andrew Jumper, Martin Bucer e outros.
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