O Domingo Puritano é assim tão estrito? – Brian Schwertley
Publicado em: 19 de janeiro de 2016 Por: Rev. Ageu Magalhães
Muitas pessoas argumentam que a visão do domingo cristão apresentada na Confissão de Fé e nos Catecismos de Westminster é demasiadamente estrita. O ensino de que todas as nossas atividades, conversas e pensamentos durante todo o dia (exceto em casos de misericórdia e necessidade) devem ser focadas em Deus, Sua Palavra e obras é considerado uma perversão puritana do domingo. A idéia de que o dia inteiro deve ser gasto em exercícios espirituais e devoção é considerada irreal, impossível, extremada e por demais estrita. Assim, muitos nas comunidades reformadas estão amenizando os padrões do quarto mandamento a fim de torná-lo mais fácil de ser observado pelos cristãos professos. Esse pensamento e rebaixamento do sabbath cristão estão errados por uma série de razões.
Primeiro, os altos padrões para santificação do domingo expostos pelos Puritanos e presbiterianos até antes do século XX são simplesmente reflexões sobre o que a Bíblia ensina a respeito do quarto mandamento. Um estudo das obras Puritanas e presbiterianas sobre o dia de descanso (até antes da infiltração do modernismo e dispensacionalismo) revela uma incrível uniformidade de pensamento sobre o assunto. O ensino dos Padrões de Westminster sobre o domingo foi obtido através de cuidadosa exegese da Escritura; tal exegese é sã e ainda não foi refutada.
Segundo, a idéia (comum em nossos dias) de que a visão Puritana do domingo deve estar errada porque é muito difícil de ser cumprida poderia ser facilmente aplicada a qualquer dos mandamentos de Deus. Por exemplo, o sétimo mandamento requer pureza sexual em pensamento, palavra e ação. Alguém que alimente pensamento impuro — ainda que brevemente — é culpado de quebrar este mandamento. O fato de que é impossível guardar completamente o sétimo mandamento exceto no céu (por causa da nossa velha natureza) não torna nenhum homem livre para redefinir as exigências do mandamento a fim de tornar fácil sua obediência perfeita. Não era exatamente isto que faziam os fariseus? Eles não externavam os mandamentos em razão da impossibilidade de perfeita obediência interior. O melhor caminho para os cristãos que almejam santificar o domingo não é rebaixar os padrões do dia de descanso para atender a nossos desejos pecaminosos e egocêntricos, mas, ao invés disto, melhorar nosso comportamento e continuamente examinar a nós mesmos à luz da perfeita lei de Deus.
Em muitas igrejas reformadas há uma rejeição proposital da idéia de se considerar de forma específica as exigências do quarto mandamento. Isto é geralmente o resultado de dois sérios problemas dentro da liderança da igreja. O primeiro é a hipocrisia: estão sendo ordenados ao ministério homens que não sustentam o ensino estrito do domingo expresso nos Padrões de Westminster. O segundo é a covardia: os pastores evitam as especificidades e deixam cada membro da igreja decidir por si o que significa a guarda do domingo. Como seriam a igreja e a sociedade se cada um pudesse definir por si o que significam fornicação, roubo, assassinato ou cobiça? É de espantar que vivamos um tempo de grande profanação do dia do Senhor?
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